- Newsletter | El Mítico Benfica
- Posts
- El Mítico Benfica | #37 | El Benfica no puede tener miedo de ser feliz (ES)
El Mítico Benfica | #37 | El Benfica no puede tener miedo de ser feliz (ES)

Boletín en español y en portugués dedicado al incomparable Sport Lisboa e Benfica.
Se rumorea que Luís Filipe Vieira va a presentar su candidatura a la presidencia del Benfica. No es ninguna sorpresa. Siempre estuvo convencido de que él era el Benfica y sólo se rodeaba de quienes compartían esta visión. Y que nadie más fuera de su círculo podía suplantar a su «genio», ni siquiera tenía derecho a hacerlo. El Benfica, fruto de unos años muy oscuros, vive en una especie de síndrome de Estocolmo, en el que Vieira parece ser un líder nato, cuando, en la práctica, y con el paso del tiempo, se ha convertido en un déspota. Además, parece que ya ha llegado a un acuerdo con Sérgio Conceição para sea su entrenador. En este punto, Vieira revela su visión del club: el Benfica es su patio privado, donde nadie puede cuestionarle. Creo que nunca entendió (y al parecer sigue sin entender) la verdadera dimensión y el ADN del Benfica de 1904.
Todavía lo recuerdo como presidente del Alverca, los negocios que beneficiaron al FC Porto y el besamanos a su amigo Pinto da Costa, cuyo principal enemigo era... el Benfica. Todavía recuerdo los reportajes con gente jurando que él era del Sporting y loco por Yazalde. Todavía recuerdo al presidente que era de los tres grandes y que afirmaba que el Benfica sólo existía gracias a él. Desde luego, tuvoméritos. En 18 años, sería negligente si no los tuviera. El hormigón fue uno de ellos. El estadio, el museo, Seixal (iniciado por su predecesor)... y convirtió el Benfica en una máquina de hacer dinero. Ventas millonarias allí, millones aquí, «super-equipos» allá... Estaba deslumbrado por el dinero y el poder. Creó unos estatutos que casi acabaron con la democracia en el Benfica y que tenían como objetivo mantenerle en el poder. Para él, «demasiada democracia era mala» y «los debates eran ruido»; y en 2020 patrocinó una de las elecciones más vergonzosas de la historia del Benfica.
«¡Fuimos tetracampeones con él!», dicen. Y no fuimos penta porque él no quería serlo. Prefirió dar oxígeno a nuestros adversarios, algo que ellos nunca harían por nosotros. Prefirió celebrar ventas y repartir gordos dividendos a quienes no debían recibirlos, en negocios que aún deben ser explicados. Hablamos de los grandes éxitos deportivos de Vieira. ¿Perdón? 18 años de presidencia equivalen a 11 campeonatos y 15 copas perdidas; 7 copas de liga en 14 ocasiones y 3 supercopas en ocho ocasiones (datos del gran João Nuno Costa). ¿Crees que esto es un éxito? Entonces no entiendes lo que es el Benfica.
Mientras tanto, criticó a Rui Costa, el atual presidente y el gestor que creó, y al 70% de las personas que también formaban parte de sus direcciones. Dejó el Benfica esposado, acusado de robar al club: la fiscalía hizo el trabajo que deberían haber hecho los socios. Acusado de delitos de estafa agravada, abuso de confianza agravado, falsificación de documentos, blanqueo de dinero y fraude fiscal agravado.
Intentó vender la SAD a escondidas con grandes dividendos para él. Arrastró el nombre del Benfica en procedimientos judiciales. Agredió a un socio en una Asamblea General. Pero con todo, tenemos que ser «agradecidos y respetar el legado», aunque él se haya servido más del Benfica (él y a muchos otros que aún están allí) que él al Benfica.
Lo único que pido a los socios del Benfica es lo siguiente: nuestro club se encuentra en una situación delicada, con muchas cosas sucediendo al mismo tiempo, y nos falta liderazgo, estrategia y actitud. Entregar el club a alguien que ya ha pasado su tiempo no tiene sentido. Recompensar a Rui Costa con la reelección es como aprobar a un alumno que ha suspendido todas las asignaturas. En contra de lo que se dice, hay alternativas: estructuradas, con voluntad y ambición. No podemos depender de hombres providenciales o de un balón que puede o no entrar en la red. No podemos excusarlo todo porque «otros también lo hacen». Sólo pido a los socios del Benfica que tengan memoria. No podemos esperar nuevos resultados con las mismas viejas prácticas. Es hora de cambiar.
El Mítico Benfica | #37 | O Benfica não pode ter medo de ser feliz (PT)
Newsletter bilingue: espanhol y português.
Consta que Luís Filipe Vieira vai apresentar uma candidatura à presidência do Benfica. Não surpreende. Sempre viveu convencido de que ele era o Benfica e só se rodeava de quem partilhava desta visão. E que mais ninguém fora do seu círculo poderia suplantar o seu "génio", nem tinha sequer esse direito. O Benfica, fruto de anos muito negros, vive numa espécie de síndrome de Estocolmo, em que Vieira aparece como um líder nato, quando na prática, e com o tempo, se foi tornando num déspota. Além disso, parece que já terá chegado a um entendimento com Sérgio Conceição para assumir o cargo de treinador. Logo aqui, Vieira revela a sua visão para o clube: o Benfica é o seu recreio privado, em que ninguém o pode questionar. Creio que ele nunca entendeu (e pelos vistos continua sem entender) a real dimensão e o ADN do Benfica de 1904.
Ainda me lembro dele como presidente do Alverca, dos negócios que beneficiavam o FC Porto e do beija-mão ao seu amigo Pinto da Costa, que tinha como inimigo principal... o Benfica. Ainda me lembro das reportagens com pessoas que juravam a pés juntos que era do Sporting e louco pelo Yazalde. Ainda me lembro do presidente, Rei-Sol, que era sócio dos 3 grandes e que afirmava que só havia Benfica graças a ele - "nem as pedras da calçada eram nossas", imaginem. Teve méritos, sem dúvida. Em 18 anos mal seria se não os tivesse. O betão foi um deles. O Estádio, o Museu, o Seixal (começado pelo seu antecessor)... e transformou o Benfica numa máquina de fazer dinheiro. Vendas milionárias para ali, milhões para aqui, "superequipas" para acolá... Deslumbrou-se com o dinheiro e o poder. Criou uns estatutos que quase mataram a Democracia no Benfica e que tinham como objetivo a sua manutenção no poder. Para ele, "Democracia a mais fazia mal" e os "debates eram ruído"; e em 2020 patrocinou um dos atos eleitorais mais vergonhosos da história do Benfica, com urnas a serem transportadas para parte incerta.
"Com eles fomos tetra!", dizem. E não fomos penta, porque ele não quis. Preferiu dar oxigénio aos adversários, coisa que estes nunca fariam por nós. Preferiu celebrar vendas e distribuir dividendos chorudos por quem não os devia receber, em negócios que ainda hoje carecem de muitas explicações. Fala-se do grande sucesso desportivo de Vieira. Desculpem? 18 anos de presidência equivaleram a 11 campeonatos e 15 taças perdidas; a 7 taças da liga em 14 jogadas e a 3 supertaças em oito jogadas (dados do grande João Nuno Costa). Acham isto um sucesso? Então não percebem o que é o Benfica.
Entretanto, criticou o Rui Costa dirigente, que ele criou, e os 70% de elementos que também fizeram parte dos seus órgãos sociais. Saiu do Benfica algemado, acusado de roubar o clube: o ministério público fez o trabalho que os sócios deviam ter feito. Acusado de crimes de burla qualificada, abuso de confiança agravado, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.
Tentou vender a SAD à socapa com grandes dividendos para ele. Arrastou o nome do Benfica em processos judiciais. Agrediu um sócio em AG. Mas pronto, temos de ser "gratos e respeitar o legado", mesmo que ele se tenha servido mais do Benfica (ele e muitos outros que ainda lá estão) do que servido o Benfica.
Aos sócios do Benfica só peço o seguinte: o nosso clube está numa situação sensível, com muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, e estamos carentes de liderança, estratégia e atitude. Entregar o clube a quem já teve o seu tempo, não faz sentido. Premiar Rui Costa com a reeleição é como aprovar um aluno que teve negativa a todas as disciplinas. Ao contrário do que se diz, há alternativas: estruturadas, com vontade e ambição. Não podemos estar pendentes de homens providenciais nem de uma bola que pode entrar na baliza ou não. Não se pode desculpar tudo porque "os outros também fazem". Aos sócios do Benfica peço apenas que tenham memória. Não podemos esperar novos resultados com as práticas de sempre. É hora de mudança.